RETROSPECTIVA - MigrAaantes ou Tem Gente Demais Nessa Merda de Barco ou Salão das Cercas e Muros
- Lab Mater
- 14 de out. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 13 de abr. de 2021
2019, 2.º semestre
Ficha Técnica:
Direção e concepção de iluminação: Rodrigo Spina
Assistência de direção: Pedro Viana
Direção de arte: Patrícia Polzl
Elenco: Felipe Vieira Souza, Gabriel Gonçalves, Giovanna Ueda, Isadora Bellini, Jasmine Alves, Jean Carvalho, Larissa Garcia, Marcela Buratto, Marina Pavan, Matheus Janeiro, Vinícius Resca, Vitoria Oliveira.
Apoio teórico: Larissa Neves
Preparação vocal: Marcelo Onofri
Operação de luz: Camilla Puertas
Sinopse: Partindo de lugares onde a vida já não é compatível com a ideia de futuro, milhões de migrantes tentam chegar à Europa atravessando fronteiras. Em meio a esse caos gerido pela globalização, todas as figuras que se afetam por essas circunstâncias revelam a crueldade de um mundo regido pelo capital.
Breve depoimento: ´´A concepção partiu da investigação de materiais que dialogassem com o conteúdo da dramaturgia para, a partir deles, desenvolver cenografia e figurino dinâmicos, demandados pelo teatro épico, a fim de escancarar os procedimentos de maquinaria teatral em um conceito de linhas retas e duras. O uso de rotunda e piso (linóleo) brancos favorecem a sensação de um ambiente frio, higienizado, além de configurarem um anteparo para a iluminação cênica preencher cromaticamente esse cenário com uma paleta que explora espectros de azul e de vermelho. Em dado momento do espetáculo, o palco começa a se encher de água, construindo uma espécie de espelho. A materialidade desse elemento faz referência ao Mar que, dramaturgicamente, é central para Matei Visniec: “O mar cospe de volta todos os segredos. Mais cedo ou mais tarde, o mar conta tudo o que viu”. O brotar das águas, poeticamente, acontece no contexto em que Elihu, migrante da Eritreia cuja trajetória é acompanhada pela plateia, se vê brotando em lágrimas; o cerceamento dessas lágrimas representa a pressão e a prisão do jogo de poder em busca da liberdade. Os figurinos, por sua vez, são compostos por uma roupa-base e galochas pretas, em diálogo com as estruturas de ferro; além disso, foi desenvolvido um sobretudo plástico-transparente. O plástico remete aos botes em que são feitas as travessias pelo Mar Mediterrâneo, e seu uso poético revela aqueles que não querem se molhar, se afetar pelo sofrimentos dos oprimidos, aqueles que estão “por cima”: O Homem da Maleta, os Traficantes, as Garotas Vendedoras e os Assessores do Presidente´´
Foto: Gabriel Góes

Opmerkingen